sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Aqueles dias de acreditar em finais felizes...



Eu sonhei por tanto tempo. Eu esperei, eu suportei cada tentação que me chamava à desistência. Eu chorei, perdi as esperanças, as renovei, perdi de novo...

Eu me tranquei em mim por algumas vezes, quando a tristeza queria sair pelos olhos. Eu permaneci acreditando quando tudo dizia não. Eu vi tudo colaborar contra.
Mas algo dentro de mim sempre gritou: não desista! E mesmo assim eu tentei desistir, juro que tentei. Mas havia algo muito maior me fazendo voltar à esse sonho louco e sem sentido.
Eu vivi momentos de profunda certeza da impossibilidade, mas na maioria do tempo tudo que eu sentia era que tudo era só questão de tempo. Meu sonho por mais louco que fosse, um dia faria todo o sentido, um dia me faria realizada.
E eu continuei a caminhar, nem corria, nem me permitia parar, apenas caminhava, chutando algumas pequenas pedras pelo chão, algumas vezes com mais bagagem, outras com menos; algumas vezes sem rumo, outras com toda certeza que breve chegaria a algum lugar. Eu simplesmente fui caminhando...
Hoje eu já nem sei onde estou, mas estou viva, é o que importa, e hoje eu estou naqueles dias de acreditar no final feliz, como se já estivesse escrito esse final, como que tivessem me contado o que vai acontecer daqui pra frente. Como alguém que vai lendo o livro já sabendo o final que lhe espera, mas que mesmo assim, curte cada página, cada reviravolta, mas que não consegue fugir da enorme ansiedade de chegar à tão esperada última página.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Devaneios


"Você entrou sem pedir licença e permaneceu mesmo sendo expulso todo dia. Você como uma onda dum mar de ressaca, me empurrava de um lado para o outro, me afastava e me arrastava a ti. Quando imaginava liberta, teus olhos me atraiam novamente. Vivi entro os extremos de te odiar pra te esquecer e te amar por necessidade."

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Querido Diário...

Ando tão pensativa. Ando tão melancólica e ainda por cima incrivelmente necessitada de encontrar respostas. Respostas sobre mim, sobre o que aconteceu, sobre o que tenho feito da minha vida, sobre o que quero dela.
Preciso voltar pra mim, voltar a quem eu fui em algum momento, me achar no meio de tanta bagunça, consertar as peças e voltar a funcionar normalmente, pois é tudo o que não tenho encontrado em mim: normalidade!
Tenho sentido falta de tantas coisas e nunca senti tanta saudade como sinto agora. Acontece que é uma saudade sem nome, ou com muitos nomes talvez; uma saudade estranha... Nem sei sentí-la.
A gente faz tanta coisa na vida como que mecanicamente, sem pensar... e depois essas coisas parecem vir contra nós, e nos jogam contra a parede. Fui acumulando solidões, fui excluindo presenças, fui me escondendo da vida, por motivos sérios, por preguiça, por tristeza, por repetição, por tanta coisa... mas nenhuma delas justifica esse abrigo intransponível.
Estou com saudade de mim, da minha antiga disposição pra vida, de pessoas, de algo mais que a calmaria torturante...
Estou com saudade e morrendo de medo. Medo de ter perdido oportunidades que nunca mais voltarão, medo de ter perdido pessoas que não mais conseguirei conquistar, medo de nunca mais me achar.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Sobre as águas.


"Lançai sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós."
Paizinho, agora eu quero te pedir perdão, porque tenho andado tão ansiosa, confesso que ando preocupada com tanta coisa, que na verdade está bem fora do meu controle. Nesse momento eu quero te entregar as minhas ansiedades, as preocupações e os questionamentos. Eu quero declarar que confio em Ti, que Te conheço e sei que cuidarás de tudo melhor do que eu posso cuidar.
Só quero Te explicar uma coisa: eu, como Pedro, não deixei de confiar em Ti, eu sabia que pondo os pés sobre as águas, Teu poder me faria andar sobre elas, mas confesso que eu olhei pras ondas, senti o vento forte e então me pareceu tão difícil continuar a caminhar... meu coração estremeceu e comecei a afundar. Perdoa minha fraqueza e me ajuda a vencer esse mar.
Assim como disseste a Josué, pareço ouvir Tua voz a me dizer: "Não te mandei Eu! Sê forte e corajoso, não temas nem te espantes, pois Eu, o Senhor teu Deus, sou contigo por onde quer que andares!". Agora eu entendo, antes de mais nada, que Tu me mandaste, por isso eu sei que estarás comigo.
E finalmente, como Paulo escreveu, eu também quero dizer: "Posso todas as coisas naquele que me fortalece!". Em Ti, meu Pai, que sei que posso enfrentar tudo, posso enfrentar dias de bonança e dias de tempestade, em Ti eu posso vencer o vale e subir a montanha!
Só te faço um pedido: Reina em minha vida, sejas meu Universo, seja o Centro, cumpra em minha vida o Teu querer, me leva ao Centro da Tua perfeita vontade, escreva a minha história segundo o Teu coração!!!
Porque eu sei que afundando no mar ou andando por cima dele; se Tu estiveres comigo, estarei bem!

domingo, 22 de abril de 2012

Caixinha de sonhos


Eu tenho uma caixinha de sonhos, sonhos grandes, sonhos pequenos, sonhos de uma vida, sonhos para este dia. Nessa caixinha eu vou guardando cada sonho que planto, regando-os constantemente, acalentando-os diariamente. Guardo-os com todo o cuidado do mundo, guardo-os como quem guarda pérolas preciosas.
Dessa caixinha eu já tirei alguns sonhos, sonhos que insistiram em pular fora da caixinha, outros que já não cabiam mais nela, causavam aperto e dor. Eu já desisti de alguns, de outros talvez ainda desista, mas nunca desistirei por serem distantes demais, nunca desistirei por serem difíceis demais, não desistirei por medo. Essa é a minha resolução de cada dia: NÃO DESISTIR. Se me vir tirar algum sonho da caixinha saiba que foi por outros motivos alheios ao medo, talvez porque esses sonhos já me trouxessem mais dor do que alegria, mais ansiedade do que contentamento, ou porque simplesmente, já não fazem sentido pra mim.
E por enquanto, eu vou andando, cuidando de minha caixinha, levando comigo meus sonhos que talvez não façam sentido para muitos, mas para mim são pedacinhos de meu mundo.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Saudades de mim


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Nesse tempo era tudo mais fácil. Eu não precisa explicar o riso, não queria entender o motivo se ele não surgisse, não era tão complicado saber os "porquês", os "comos", aliás, eles nem sequer existiam. Nesse tempo eu podia me esparramar na preguiçosa sem nem um pouco de dor na consciência pelo que me falta pra fazer. Nesse tempo muitas dores não existiam; a saudade não doía tanto e tão prolongadamente; certas sensações não me atacavam e lágrimas só rolavam se a bicicleta me levasse ao chão.
Nesse tempo era tudo mais simples, sentimentos eram mais verdadeiros. Nesse tempo eu sabia dizer o que sentia, até porque sentir era mais fácil. Eu sentia dor, então chorava; sentia fome, pedia comida; sentia saudade, procurava pela mãe...
Hoje eu me pego sem poder dizer das saudades que sinto sem querer sentir; da dor que me dói não sei porque; da mágoa que tenho vergonha de expressar; da dor que reluto em admitir.
Enfim, tudo era mais fácil quando dizer meu primeiro nome (ainda que difícil) dizia quem eu era, agora, ninguém (nem eu mesmo) se contenta com ele. E sinceramente, às vezes eu sei pouquíssima coisa além dele...

Timaretha de Oliveira em "sentindo saudades de mim" em Março de 2012.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Varanda.

Sabe quando, do alto de uma varanda, você observa uma avenida movimentada? Assim, você consegue ver cada pessoa que passa, analisar seus movimentos, observar seus gestos... tudo de longe, devidamente afastado para conseguir ver tudo, sem pressa, e do seu ponto de vista.
Lá na varanda, você pode sentar, pode sentir o vento tocar seu rosto e ter aquela sensação de que ninguém vai te incomodar, ninguém vai te remover desse estado de paz e liberdade.
Da varanda, você não respira a fumaça dos carros que passam na avenida, o distanciamento torna-se apropriado para você respirar perfeitamente, e esse ar puro te propicia viver melhor, pensar melhor, analisar melhor.
É assim que eu estou me sentindo ultimamente, ando sem vontade de descer para a rua, estou aqui na varanda, olhando quem passa, vendo quem me dá um “tchau” ou um “olá”. Aqui em cima dá pra ver melhor cada um que passa e é como se eles não pudessem me ver, se eu os observasse secretamente enquanto eles pensam que estão sozinhos.
É aqui, na varanda, que eu me refugio de vez em quando, pra respirar um ar puro, ver o mundo do meu ponto de vista e pensar, só pensar.