quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Toda criança sonha em crescer e sonha em ser isso, aquilo ou aquilo outro. Eu sonhava, e fazia desses sonhos, as minhas maiores certezas. Eu sonhava com uma mulher decidida e com uma história bem traçada, que poderia dizer com toda convicção quem era, quem havia se tornado.
Mas acontece que a vida sempre dá um jeito de complicar o que a gente traça com traços simples. E eis-me aqui, já há algum tempo na vida adulta e sem sequer saber onde eu quero ou posso chegar. Na maioria do tempo, eu queria tanta coisa, tinha tantos sonhos grandiosos, mas tudo isso promoveu exatamente o oposto do que se podia esperar: eu perdi tudo, de tanto querer, pareço nada encontrar que seja meu de verdade.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Flutuar

Parece que estou descobrindo que sempre chega um momento que não tem mais como esperar, não tem mais como seguir os conselhos do tipo "Tenha paciência, as coisas vão se ajeitar", é inevitável encontrar dias que simplesmente lhe forçam à rendição.
A gente às vezes tem a impressão de que pode consertar tudo, de que não há situação impossível de ser resolvida, de que sempre vai poder continuar a caminhar. Mas hoje chego à conclusão de que é impossível fugir de certos momentos, momentos de caminhar para trás, de deixar bagagens pelo meio do caminho, de simplesmente parar de remar - pois remar contra a correnteza só no cansa. Nesses momentos desistir se torna a marca de coragem de alguém que nunca quis ser chamado de desistente, mas que vai precisar abandonar pesos, cortar desgastes, pular do navio e tentar só flutuar.
Tem horas que lutar já não vale a pena que os hematomas promovem; o cansaço sobre humano já não é pena justa à quem simplesmente quis escrever uma história nova, a quem quis traçar um caminho novo; nessas horas nenhum esperança de novidade é capaz de acalentar um coração tão desanimado pelas perdas da guerra; nenhum esforço parece sensato; nenhuma motivação parece coerente; nada mais faz sentido.
Se "No pain, no gain", que eu nada mais ganhe, mas essa dor está insuportável.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Mais ou menos isso...

Eu, às vezes, tenho a sensação de estar totalmente perdida neste mundo, como se nada houvesse com o que de fato pudesse me identificar, algo que me fizesse levantar da cama pela manhã com sede de viver. Sinceramente, eu me encontro desmotivada para quase (ou sem quase) todas as coisas que eu faço. Talvez seja a tal crise dos 25, talvez seja mais do que isso, talvez eu seja vítima de conformismo, de um tentar aceitar o que eu conquistei sem querer conquistar; talvez seja vergonha de admitir para mim mesma que não era isso que eu queria; talvez eu até tenha entrado pelo portão certo, só errei ao escolher a porta errada; ou talvez eu tenha encontrado a porta certa e só me falta motivação seja lá por qual motivo for para terminar a caminhada.
Na infância tudo é tão mais fácil, não é... A gente diz "Quando crescer quero ser médico!", então, o pai compra um jaleco, a mãe um estetoscópio de brinquedo e a gente sai por ai inventando doença pras pessoas... é tão mais simples.
Quando a gente cresce, além de descobrir que provavelmente, ninguém vai dar o "estetoscópio" verdadeiro assim de mão beijada, ainda existe um grande abismo entre o "querer ser" e o "ser", e pior ainda: existe outro abismo maior entre o "ser" e o "estar feliz em ser".
O problema não é passar no vestibular, nem tampouco sobreviver à faculdade, ou passar na OAB, também não é conseguir um emprego legal, o problema é conseguir se apaixonar todo dia pela rotina, pelo emprego, até pelos problemas que sua escolha lhe traz.
Talvez seja inocência minha, mas eu não preciso de uma conta bancária recheada, de um carro importado, de um óculos Ray Ban original, ou de uma bolsa Louis Vitton comprada na Itália para ser feliz. Logicamente, eu não rejeitaria tais minos, mas o que eu mais preciso é de felicidade. Eu quero acordar pela manhã, imaginar todos os problemas que tenho no trabalho e ainda assim me sentir animada pra levantar e ir trabalhar. Eu quero ter motivação para dar tudo de mim uma vez, outra vez e quantas forem necessárias. Eu quero ter paz comigo mesma por saber que eu não estou jogando meus dias fora, vivendo uma vida que não é minha, sonhando um sonho que não me cabe e sendo covarde dia após dia!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Ei amor...

Ei amor, pega a minha mão, segura bem forte, como para me fazer acreditar que eu posso tudo, como que me dizendo que irá comigo até o fim.
Ei amor, segura a minha mão, me olha e me faz acreditar que tudo vai passar, que nosso amor é mais forte, que a tempestade não vai conseguir me arrancar de você.
Sabe, meu bem, me contaram tantas histórias tristes, com tantas personagens grotescas, tantas esperanças que findaram em nada. Eu não quero ser uma dessas personagens de histórias de dor, eu não quero sobre mim certos carmas. Eu preciso que você me tire dessa história, eu preciso que você me faça acreditar que pode ser diferente.
Ei amor segura a minha mão, cochicha no meu ouvido dizendo que você não é eles, me olha assim sereno, e me faz crer que nada nunca será igual.
Ei amor, me diz que nossa história tem outro autor...

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Fugitiva

Ultimamente, tenho sentido uma enorme necessidade de fugir... fugir não de uma outra pessoa, de um lugar ou situação. Eu preciso urgentemente fugir de mim. Da minha cabeça cheia de neuras, das minhas inúmeras complicações e preocupações. Preciso fugir desse cansaço que aflige minha mente, das lembranças e esquecimentos que me fazem desesperada. Preciso fugir da minha falta de disposição e do peso na consciência que isso me traz.
 
Estou cansada, mas não de um cansaço normal... estou cansada de mim, das concessões que fiz e que deixei de fazer; cansada pelo peso sobre mim das coisas que vou adiando.
 
Ah quem me dera sumir da minha própria vista...

sábado, 30 de novembro de 2013

Um poema triste.

Eu sempre entendi a escrita como meu modo de extravasar o que se encontra dentro do meu coração, meus desejos, minhas ansiedades, minhas dores e meus amores... mas ultimamente percebi que as palavras já não são mais suficientes para expressar minhas angústias. As lágrimas tem se tornado meu meio de colocar para fora o que me machuca por dentro. São tantas coisas, que eu sinceramente não sei até onde conseguirei chegar, e em meio à esse turbilhão, eu só sei chorar. 
As pessoas até têm tentado, palavras belas, vindas de corações repletos de boas intenções, e mesmo admirando as boas intenções, tais palavras não conseguem aplacar essa agonia dentro do meu peito.
Já nem sei o que acontece quando choro, não sei se as lágrimas têm lavado minha alma, mas, sinceramente, eu nem sei mais como controlá-las. Seria poético dizer que meu choro tem me lavado das minhas dores, e eu queria muito ser poética nesse momento (ah, como queria!), mas parece-me impossível.
Eu serei prática, pois minha dor já é poesia demais para mim. Poesia do tipo que rasga, que machuca, que deprime, mas poesia. É tão poética que é sentimental: já não sei de onde vem, nem como se esquece, não entendo-a, nem aceito-a, mas ela insiste em tripudiar de mim. Meu único desejo é que ela desapareça, ou ao menos diminua. Já desisti de entender... e atormenta-me a ideia de me acomodar à ela.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Inspiration

Ei você, deixei-me lhe dizer uma coisa: a tempos eu descobri na escrita o meu modo de fazer arte, o meu dom, eu que nunca soube falar muito bem, encontrei no caneta e no papel meu jeito de extravasar as coisas que trago dentro do peito; como diz Clarice Lispector (numa frase que, como a imensa maioria de seus textos, eu gostaria de ter escrito) "a palavra é meu domínio sobre o mundo". Nas folhas ou nas teclas gastas de um computador eu vou imprimindo meu mundo, despejando minha mágoas, tentando entender meus desassossegos, enfim, vou tentando me encontrar. Para simplificar, o escrever talvez seja meu maior prazer.
Mas depois que te encontrei, por ai, meio sem querer, confesso que muita coisa mudou. Uma vez ouvi (ou li) em algum lugar que amar é sonhar junto. E esse era uma grande medo: não encontrar alguém que pudesse sonhar junto comigo. Então eu te encontrei, e você não apenas sonhou junto comigo, você me fez sonhar mais e melhor.
Tem mais uma coisa rapaz: você me deu algo real sobre o que escrever. Tudo que temos vivido se tornou inspiração para mim, não uma inspiração platônica e totalmente irreal, você me ensinou coisas simples, práticas mas totalmente extasiantes. Até meus textos se tornaram mais cheios de verdade, repletos de significado.
Meu amor pela escrita parece aumentar quando eu penso em você lendo meus textos, quando lembro de você dizendo que eu tenho que escrever um livro... sinceramente, talvez eu nunca seja uma grande escritora, mas fico imensamente feliz em pensar em ser a sua escritora.