sábado, 18 de janeiro de 2014

Flutuar

Parece que estou descobrindo que sempre chega um momento que não tem mais como esperar, não tem mais como seguir os conselhos do tipo "Tenha paciência, as coisas vão se ajeitar", é inevitável encontrar dias que simplesmente lhe forçam à rendição.
A gente às vezes tem a impressão de que pode consertar tudo, de que não há situação impossível de ser resolvida, de que sempre vai poder continuar a caminhar. Mas hoje chego à conclusão de que é impossível fugir de certos momentos, momentos de caminhar para trás, de deixar bagagens pelo meio do caminho, de simplesmente parar de remar - pois remar contra a correnteza só no cansa. Nesses momentos desistir se torna a marca de coragem de alguém que nunca quis ser chamado de desistente, mas que vai precisar abandonar pesos, cortar desgastes, pular do navio e tentar só flutuar.
Tem horas que lutar já não vale a pena que os hematomas promovem; o cansaço sobre humano já não é pena justa à quem simplesmente quis escrever uma história nova, a quem quis traçar um caminho novo; nessas horas nenhum esperança de novidade é capaz de acalentar um coração tão desanimado pelas perdas da guerra; nenhum esforço parece sensato; nenhuma motivação parece coerente; nada mais faz sentido.
Se "No pain, no gain", que eu nada mais ganhe, mas essa dor está insuportável.

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