domingo, 12 de junho de 2011

As tardes de sexta.

Esses dias passei em frente a uma escola à tardinha, era sexta-feira. Os alunos íam saíndo e de certa forma fui carregada para memórias antigas, do tempo em que eu podia ser um daqueles alunos. Lembrei-me da expectativa reinante durante toda a tarde de sexta, expectativa pelo sinal, pelo fim das aulas. Era como que o ápice da minha semana.
Senti reavivada em mim aquela sensação gostosa de dever cumprido, de que agora a obrigação tinha sido feita, eu agora podia fazer, simplesmente o que quisesse.
Foi como voltar todos esses anos e me encontrar de novo no portão da escola, depois de uma semana de aulas e trabalhos e sentir o frescor da liberdade. Como se uma leve brisa soprasse meu rosto e me lembrasse que eu estava livre. A brisa era o sinal de que agora o peso podia ser guardado um pouco, minhas costas tão pouco sofrida pelos simples fardos da infância podiam relaxar completamente.
Aquela brisa era, simplesmente, um sinal de liberdade. Liberdade essa que eu anseio até hoje. Liberdade de poder sair andando sem rumo, de poder falar e ninguém me mandar calar, liberdade de brincar, correr, ir pra casa e me deitar no sofá pra assistir desenho, liberdade pra tomar banho de bica, de ir pra casa de vó, de tia, dos amigos... Liberdade de experimentar, de flanar, de viver.
Ah como a vida era simples.

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