domingo, 22 de maio de 2011

Meu medo!

Talvez eu seja só mais alguém que tem uma infinidade de conselhos a dar e nenhuma coragem para aplicá-los a si próprio.
Talvez eu seja só alguém que demonstre uma estabilidade irretocável, mas que por dentro não sabe nada sobre si mesma.
Um alguém que finge coragem, mas que nunca aprendeu a tê-la de verdade.
Alguém com aparência e discurso fortes, determinados, mas que arria-se de joelhos, vencida diante do medo.
Talvez eu seja somente alguém que só sabe admirar, sonhar, desejar, mas que não sabe nada sobre lutar.
Alguém que tem o mundo ao seu alcance, mas que se encolhe de medo e por isso nem chega a tocar nele.
Talvez eu seja só mais uma menina que finge superioridade, fortaleza, mas que por dentro se quebra em pedacinhos. Sofre a perda calada por temer incomodar com seu grito de desespero.
Talvez eu seja o que sempre tive medo de ser, talvez eu não seja por temer ser, talvez eu só seja por temer ser, talvez eu nunca seja o que temi ser.
Talvez eu seja aparência, talvez eu seja desespero, talvez eu seja medo.
Talvez eu seja somente mais uma que todos admiram, mas que não se admira por se conhecer melhor que ninguém.
Mas, certamente, agora eu sou só alguém que se arrepia com um frio súbito na espinha, um temor que embarga a voz, alguém a temer o medo com todo o pavor possível.

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