quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Mistério da cruz

Que grande mistério há em torno daquela cruz.
A morte de um rei em favor de seu povo traidor,
Um rei que morreu perdoando seus ofensores,
Um Deus que morreu como servo pelos seus servos,
Um homem tão simples morre e até o sol faz enlutar.
A natureza reclama contra a humanidade: acaso não vês que esse é o Filho de Deus, o próprio Deus encarnado?
Realmente Ele era simples, simples nas vestes, no andar, no falar, mas grandioso nos atos e ensinamentos.
Quem ousaria subverter a ordem dominante com o revolucionário: “Dê a outra face”?
Quem devolveria a orelha à Malco?
Quem tocaria tantos impuros, rompendo a barreira de preconceito e se tornando impuro também?
Quem pediria ao Pai perdão para seus algozes?
Quem? Quem?
Pareço contemplar aquele rosto angustiado no Getsêmani dizer: “Faça-se a Tua vontade”.
Ele aprendeu de forma dolorosa o quanto seria difícil redimir a humanidade.
Ele teve que beber o cálice.
E ainda bem que Ele bebeu.
Se não o que seria de mim?
Quantos dias ainda esperaria pelo Redentor?
Talvez nunca o contemplasse.
Talvez morresse sem encontrá-lo.
Mas aqueles “está consumado” foi a mudança da minha sorte.
Foi o limite entre as trevas e primeiro raio de Sol.
Aquele brado foi a derrota do inferno e a minha vitória.
Ali eu fui sarada, fui livre, ali eu venci.
Quando o véu rasgou, eu pude entrar e contemplar a formosura do meu Mestre.
Aquele véu que tantas vezes se pusera a me separar dele, gora já não existia.
Eu podia adentrar na Sua presença.
Quando me imagino desde o Éden derrotado e humilhado pelo pecado,
Aprisionado em suas grades,
Eu fora criada para a glória do Seu nome,
Mas agora eu, envergonhada, fugia da Sua presença.
A dor do meu pecado me separava.
Chagas nasceram em meu corpo.
Sentia que nem toda a riqueza do mundo poderia me fazer feliz.
A distância dele me imprimia no peito um vazio,
Mas quando ouvi aquele brado de vitória eu soube que algo em mim mudaria.
E não foi só em mim.
Ele mudou a história, o mundo, a humanidade.
Aqueles três dias silenciosos tentaram contra a minha fé.
E agora, o que aconteceria?
Quem pensava tê-lo matado se surpreendeu quando alguém buscava seu corpo desaparecido.
Quem se entristeceu com o desaparecimento não entendera suas promessas.
Afinal, vencidos os três dias Ele declarava-se ao mundo, seu Senhor e Salvador.
O mistério daquela cruz é este:
“Se uma semente caindo na terra, não morrer, fica só, mas se morrer, dá muito fruto.”
Através da sua morte eu recebi a vida.
Ele é a minha vida.
Nada mais teria sentido sem Ele.
Depois daqueles dias, Ele foi ao Pai, mas me deixou bem guardada.
Ele foi me preparar lugar.
Temos uma aliança:
Eu o esperarei e Ele virá me buscar para a eternidade.


“Espero em Ti para voar pra eternidade e Te encontrar face a face”

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