quinta-feira, 18 de abril de 2013


Ela acreditava em contos de fadas, e por acreditar eles se tornavam realidade. Vivia rodeada de fadas, príncipes encantados, bruxas más, cinderelas, lobos-maus e ogros. Com o tempo ela foi se desencantando dos príncipes encantados, se decepcionou com as cinderelas e fadas, rompeu com os súditos e com a realeza e fez-se não mais princesa. Saiu do castelo, atolou os sapatinhos na lama, molhou os cabelos na chuva, dormiu sozinha na floresta, conheceu pessoas além daquele mundinho, decepcionou todo aquele mundo, mas continuou sujando os pés na lama, molhando os cabelos na chuva, dormindo sozinha na floresta, pois isso a fazia sentir liberta, livre dos estereótipos, dos quadros em que a haviam posto, tudo isso lhe dizia aos ouvidos: você pode ser quem quiser, inclusive você mesma!
Então ela não precisou ser a princesa salva da morte pelo príncipe encantado; nem tampouco a plebeia que conquistou o príncipe; ou a princesa que achou graça ao lado do ogro; ou ainda a que se apaixonou pelo lobo-mau.
Ela dizia que muitas histórias já haviam sido escritas e que não precisava se enquadrar em nenhuma delas; ela queria uma nova história, ainda que com príncipes, ogros ou lobos...

Nenhum comentário: