quarta-feira, 31 de março de 2010

Renovando asas para um grande vôo.


Já passei muito coisa nessa vida, mas agora passo por um tempo nunca antes experimentado. Estou me renovando, eu sei, mas isso não tira toda a dor desse processo, como a águia, estou no alto de um penhasco, sintindo-me sozinha, com o corpo e a alma afadigados, querendo simplesmente ficar alí, nada mais!
Mas a renovação é necessário, e segundo o que contam, para a águia ela é dolorosa por demais. Está sendo para mim também. Arrancar o bico, as garras e tirar pena por pena não é fácil. E o mais doloroso: esse processo me deixou desprotegida, já não tenho nada a me agarrar, ou como me agarrar, sinto frio e meu corpo inteiro sangra. Pior: estou sozinha, ninguém pôde parar a sua vida para me acompanhar em minha jornada.
Falando em parar a vida, é assim que me sinto: como se tivesse abandonado tudo, por cansaço, desespero, sabe-se lá, mas é fato que abandonei.
Por outro lado, parece que no alto desse penhasco me isolei em algo que não é vida, está tudo tão parado, afinal, minha vida agora se resume a esperar as penas e garras crescerem, me dando condições de viver novamente.
Dói tanto, dói tudo. Mas uma coisa ainda funciona (e bem) em mim: meus olhos. Daqui de cima eu posso ver longe, posso ver todo o horizonte e tudo que me espera, minha visão ainda funciona e me dá forças para sonhar.
Sei que em breve o renovo se completará e então poderei voar de novo, alçar grandes alturas, "subir com asas como de águia, voar e não se cansar".

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